terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os Mutantes

Texto: Bel Gasparotto

"Vejo que no fim nada mudou
O mundo ainda gira e ninguém parou
Tudo que foi nunca nos deixou
Nós somos a história que o mundo contou"
'Nada Mudou' - Vitor Trida


E então chega às lojas o mais novo registro de estúdio em 35 anos d’Os Mutantes, “Haih... or Amortecedor”. Nas lojas do mundo todo, menos do Brasil, e é por aí que começa a estranheza do novo trabalho. Uma banda que vai além de ser brasileira, uma banda que exala brasilidade, não ter seu trabalho lançado na terra natal. Europeus, norte-americanos, japoneses, australianos e canadenses já podem conferir “Haih”, mas os brasileiros não.

Como todo fã de Mutantes, resisti um pouco, cheguei a pensar que seria melhor não ouvir para evitar decepção. Seria melhor não ser lançado, existem bandas que acabam e pronto. Mas, como todo fã, não resisti, e talvez pela desconfiança é que o disco surpreende tanto. Engana-se, claro, quem espera encontrar Os Mutantes de 1968 nas novas composições, mas como disse Sérgio Dias, o último mutante original na banda, é um disco honesto e não tem nada a ver com nenhum trabalho anterior, é um trabalho novo.

O disco começa e termina com uma colagem, “Hymns of the World Pt.1 (Intro)” e “Hymns of the World Pt.2 (Final)”. Na primeira parte, Vladimir Putin dirige-se ao exército soviético, na segunda, o hino brasileiro mesclado com o soviético. Soa enigmático.

“Querida Querida” é a segunda faixa do disco, e impressiona pelas altas notas alcançadas pela vocalista Bia Medes. A composição e o ritmo também agradam, denunciam o inegável passado mutante e dão fôlego para seguir a audição, já sem aquele ‘pé atrás’.

O companheiro tropicalista Tom Zé é co-autor de seis faixas e ainda divide com Bia Mendes os vocais de “Anagrama”, uma balada bem melosa e provavelmente a mais pop do disco.

Outra colaboração é do também companheiro de outras datas Jorge Ben Jor, com a inédita “O Careca”. A fórmula parece a mesma de “A Minha Menina”, de 1968: um rock com uma pitada grande de samba, uma letra repetitiva e grudenta, bem menos agradável do que a irmã de 1968.

“2000 e Agarrum” é uma mistura que soa um tanto difícil, talvez a mais estranha do disco. Mistura ritmos latinos com nordestinos e ainda algo que parece uma fanfarra. Francamente, experimentalismo demais e até bem gratuito. Experimentalismo que lembra muito os trabalhos do já citado Tom Zé.

“Bagdad Blues” carrega também um certo experimentalismo, mas não é nada exagerado. Essa sim me parece bem dosada, bem composta e bem cantada. Sim, Sérgio até grita, e fica ótimo!

Ainda nas comparações inevitáveis, “Samba do Fidel” também tem uma irmã de décadas atrás, muito parecida com “El Justiciero” de 1971, menos divertida, porém bem crítica e ácida. “Nada Mudou” também lembra a sonoridade antiga, principalmente o instrumental a la Beatles e os vocais mais adocicados de Sérgio Dias.

“Teclar”, “O Mensageiro”, “Gopala Krishna Om” e “Neurociência do Amor” têm uma cara bem atual, com a pitada certa de saudosismo. Essas realmente me parecem bem ‘honestas’, como foi citado no início.

Todas mostram a pegada de quem viveu e transformou os tempos áureos do tropicalismo, da experimentação, mas que entende que disso só se pode trazer a lembrança, a influência, impossível fazer tudo como era antes. Quem entender isso, essa localização de um álbum d’Os Mutantes no século XXI e não comparar com os loucos anos 70, com certeza vai desfrutar de um belo trabalho.

2009 - HAIH... OR AMORTECEDOR

01 | Hymns Of The World P | 1 (Intro)
02 | Querida Querida
03 | Teclar
04 | 2000 e Agarrum
05 | Baghdad Blues
06 | O Careca
07 | O Mensageiro
08 | Anagrama
09 | Samba Do Fidel
10 | Neurociência Do Amor
11 | Nada Mudou
12 | Gopala Krishna Om
13 | Hymns Of The World P | 2 (Final)

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pão com Manteiga


Banda paulista de rock psicodélico formada em 1976.

Infelizmente a banda lançou apenas um álbum. Um disco homônimo com um tema interessante, estilo medieval. O disco é conceitual e aborda o mundo fantasioso de Avalon e faz criticas a sociedade moderna.

Uma musicalidade muito agradável e com músicos competentes o Pão com Manteiga não recebeu a devida atenção do publico.

INTEGRANTES:

Johnny - vocal e guitarra
Edison - bateria e efeitos
Paulo Som - viola, violão e vocal
Pierre - baixo e vocal
Gilberto - teclados e banjo

1976 | PÃO COM MANTEIGA

Mister Drá
Merlin
Flor Felicidade
Micróbio do Universo
Montanha Púrpura
Multi-Átomos
Serzinho Sem Medo
Cavaleiro Lancelot
História do Futuro
A Feiticeira
Fugindo do Planeta
Virgem de Andrômeda

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Pink Floyd

Fonte: Wikipédia

"Shine on You Crazy Diamond" é uma composição de nove partes do Pink Floyd, com letras escritas por Roger Waters, em tributo ao ex-membro da banda Syd Barrett, e melodia escrita por Waters, Richard Wright, e David Gilmour. Ela foi tocada pela primeira vez na sua turnê pela França em 1974. Foi gravada em 1975 para o álbum-conceito Wish You Were Here.

A intenção era de uma música para um lado completo do vinil como "Atom Heart Mother" e "Echoes", mas a música cresceu tanto que dois lados do disco tiveram de ser usados. Ela foi separada em duas partes e usada para abrir e finalizar o álbum.

2009 | SHINE ON LIVE

CD 1:


01 | Shine On You Crazy Diamond
02 | Sings Of Life
03 | Learning To Fly
04 | Sorrow
05 | The Dogs Of War
06 | On The Turning Away
07 | One Of These Days
08 | Time

CD 2:
01 | On The Run
02 | The Great Gig In The Sky
03 | Wish You Were Here
04 | Us And Them
05 | Money
06 | Comfortably Numb
07 | One Slip
08 | Run Like Hell
09 | Shine On You Crazy Diamond (Reprise)

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domingo, 22 de agosto de 2010

Erik Satie

O estilo anticonvencional, econômico e por vezes irônico do compositor Erik Satie representa a primeira ruptura significativa com o romantismo francês do século XIX. Injustamente tomado por muitos como impostor, exerceu grande influência no desenvolvimento da música do século XX, particularmente na França, inclusive entre os impressionistas a quem abertamente ironizava.

Erik-Alfred-Leslie Satie nasceu em Honfleur, Calvados, França, em 17 de maio de 1866. Quando era ainda pequeno, seu pai mudou-se para Paris e deixou-o aos cuidados dos avós, na cidade natal. Seu excêntrico tio Adrien teve provavelmente grande influência sobre a personalidade do menino nesses anos de formação. Aos 12 anos reencontrou o pai, então editor musical em Paris, e em 1879 entrou para o conservatório de música naquela cidade, que depois abandonou. A repulsa aos ensinamentos acadêmicos levou-o a ganhar a vida como pianista de cafés. Seus primeiros trabalhos importantes, Trois gymnopédies (1888) e Trois gnossiennes (1890), expressam sua reação contra a grandiloqüência e o sentimentalismo românticos, por meio de profunda austeridade e da alteração das formas e estruturas tonais tradicionais.

Por volta de 1890, conheceu Debussy -- com quem manteria íntima amizade por mais de trinta anos, até o rompimento, alguns anos antes da morte do músico impressionista -- e tornou-se rosacruz. Escreveu inúmeros trabalhos sob influência da doutrina, como a Messe des pauvres (1895; Missa dos pobres), em que mostrou seu interesse pela espiritualidade medieval mediante o contraste de harmonias cromáticas requintadas com a simplicidade e impessoalidade do cantochão.

A partir de 1898, Satie levou vida solitária e excêntrica em Arcueil, subúrbio de Paris, onde não permitia que ninguém entrasse em seu apartamento. Em 1905 retomou os estudos na Schola Cantorum, onde foi discípulo de Vincent d'Indy e Albert-Charles-Paul-Marie Roussel por três anos. Seu temperamento sarcástico manifestou-se nos títulos de suas composições, como Embryons desséchés (1913; Embriões dissecados), e nas indicações ao intérprete, tais como "leve como um ovo", em que parodiava os impressionistas. O balé Parade (1917), com cenário de Jean Cocteau e figurinos de Pablo Picasso, incluía entre os instrumentos objetos insólitos como sirenes, máquinas de escrever e uma roda de loteria, e introduziu na música as concepções revolucionárias do surrealismo e do dadaísmo.

O grupo Les Six, que reunia jovens compositores decididos a criar uma música autenticamente francesa, tomou Satie como patrono espiritual. Sua obra-prima, o drama sinfônico Socrate (1918), para quatro sopranos e orquestra de câmara, baseia-se nos diálogos de Platão. Suas últimas obras para piano, completamente sérias, são cinco noturnos de 1919. Erik Satie morreu em Paris, em 1º de julho de 1925.

©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.


:: 2009 - AVANT DERNIÈRES PENSÉES ::
(Alexandre Tharaud)

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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Sonny Terry & Brownie McGhee

SONNY TERRY

Saunders Terrell, mais conhecido como Sonny Terry, nasceu em Greensboro, na Carolina do Norte no dia 24 de outubro de 1911. Seu pai, um fazendeiro o ensinou as primeiras notas na harmônica quando ele ainda era jovem. Ele perdeu a visão de um dos olhos em um acidente quando tinha cinco anos e um outro acidente aos dezoito tiraria a visão quase completa do outro olho. Essa deficiência o impedia de executar os trabalhos na fazenda, então ele logo foi para as ruas, armado de suas harmônicas, para ganhar a vida. Terry desenvolveu seu próprio estilo de tocar, imitando trens e uivos de raposa.

Logo após a morte de seu pai ele conheceu Blind Boy Fuller, um dos pioneiros do Piedmont-style blues, e eles começaram a tocar juntos. Terry gravou com ele pela primeira vez em 1937, pela Vocalion Records. Essa parceria terminaria em 1941 com a morte de Fuller, e ele logo em seguida formaria uma nova parceria, agora com Brownie McGhee.

BROWNIE McGHEE

Walter "Brownie" McGhee nasceu em Kingsport, no Tennessee, no dia 30 de novembro de 1930. Quando criança contraiu poliomielite, o que incapacitou uma de suas pernas. Ele passou boa parte de sua juventude envolvido com a música, cantando no coral "Golden Voices Gospel Quartet". Aos 22 anos ele se tornou um músico viajante e nessa época conheceu Blind Boy Fuller, que influenciou profundamente sua maneira de tocar. Depois da morte de Fuller, J.B Long da Columbia Records fez com que McGhee adotasse o nome de seu tutor e ele passou a se apresentar como Blind Boy Fuller II. Porém o sucesso só viria em 1942, quando ele foi para Nove Iorque em companhia de Sonny Terry.

SONNY TERRY & BROWNIE McGHEE

Brownie conheceu Terry na Carolina do Norte, em 1938, mas só viriam a gravar juntos em 1940. stava formada uma longa e duradoura parceria, que renderia muitos discos. Eles partiriam para Nova Iorque, onde a cena folk estava em ascensão. Lá eles trabalharam com Leadbelly, Josh White e Woody Guthrie. Entre 1942 e 1950, McGhee também trabalhou em sua própria escola de música, a "Home of the Blues, no Harlem. Depois do fim da Segunda Guerra, McGhee fez inúmeras gravações, com e sem Terry, para vários selo R&B como Savoy, Alert, London, Derby, Dot, e Harlem. Sonny Terry fez o mesmo, com gravações para os selos Jackson, Red Robin, RCA Victor, Groove, Harlem, Old Town, e Ember, muitas vezes com McGhee no violão.

Sonny Terry & Brownie McGhee estão entre os primeiros artistas de blues a excursionar pela Europa, durante a década de 50. Eles também viajaram com vários festivais de folk e blues, por toda América, Canadá e Europa, aparecendo em programas de tv e filmes. Eles só se separariam em 1970, para cuidarem de seus problemas pessoais. Terry continuou tocando e gravando até falecer em 1986. Brownie passou os próximos 10 anos tocando em festivais e gravando. Sua última aparição foi no Chicago Blues Festival de 1995, pouco antes de falecer, aos 80 anos, no dia 16 de janeiro de 1996.

Texto retirado de: Blues Everyday


1978 | MIDNIGHT SPECIAL

01 | Sonnys Squall
02 | Red River Blues
03 | Gone Gal
04 | Blues Before Sunrise
05 | Sweet Lovin Kind
06 | Midnight Special
07 | Take This Hammer Whup
08 | Too Nicey Mama
09 | Meet Me Down The Bottom
10 | Tryin To Win
11 | Blues All Around My Head
12 | East Coast Blues
13 | Muddy Water
14 | Beggin And Cryin
15 | My Plan
16 | Trying To Destroy Me
17 | Everything I had Is Gone
18 | Jealous Man
19 | Understand Me
20 | Blues Of Happiness

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Gershwin, Ella & Louis

ELLA FITZGERALD

Ella Fitzgerald nasceu a 25 de abril de 1917 em Newport News, Virginia. Vivendo dentro de uma família pobre, Fitzgerald foi uma sem-teto durante algum tempo antes de se lançar na carreira profissional em 1934, com sua vitória numa competição amadora no Apolo Theater.

Contratada pelo baterista e líder de banda Chick Webb, Fitzgerald se tornou a parte mais importante da orquestra de Webb com a magnífica interpretação de "A-Tisket, A-Tasket" entre outros sucessos. Quando Webb morreu em 1939 Fitzgerald assumiu liderança da sua banda durante os próximos dois anos.

Em 1941 ela começou uma carreira de solo, ao mesmo tempo em que se tornava uma das vocalistas mais populares dos anos quarenta graças a uma série de standards lançados pela gravadora Decca.

No final dos anos 40 Fitzgerald começou a deixar o swing e o popular para voltar às raízes do jazz adotando o bop, muito em voga na época. Ela começou a utilizar o scat singing, estilo de canto popularizado por Louis Armstrong, o que aumentou sua credibilidade no cenário de jazz.

No final de 50 Fitzgerald começou a gravar Para a Verve várias séries de álbuns dedicados às canções de artistas como George Gershwin, Cole Porter, Jerome Kern e Duke Ellington.

Fitzgerald entava em seu período "clássico", sendo melhor conhecida do que já era. Para o fim da década de 60 ela adotou material popular mais contemporâneo, seguindo para a Pablo de Norman Granz onde ela se voltaria mais uma vez para o jazz.

Na década de 80 Fitzgerald estava sofrendo de problemas de saúde e com declínio vocal ela deixou de gravar em 1989, vindo a falecer em 14 de junho de 1996.

GEORGE GERSHWIN

Nascido no Brooklyn, Nova York, com o nome de Jacob Gershowitz, filho de pais imigrantes judeus, oriundos da Rússia, aos 15 anos George já era um talentoso pianista e deixou o colégio para trabalhar como sonoplasta no New YorkŽs Tin Pan Alley (onde se encontravam os mais importantes editores de música).

George compôs a maioria das suas obras em parceria com o seu irmão Ira Gershwin. Entre 1920 e 1924, escreveram canções para as revistas de teatro e conheceram Paul Whiteman, que contratou George para escrever uma peça de jazz para um concerto. O resultado foi "Rapsody in Blue".

Depois fez outros trabalhos voltados para o clássico, como "Um americano em Paris" (1928) e "Segunda Rapsódia" (1931). Com seu irmão Ira, compôs os musicais "Lady Be Good" (1924), "Strike Up The Band" (1927), "Girl Crazy" (1930) e "Of Thee I Sing" (1931), a primeira comédia musical a ganhar o prêmio Pulitzer.

Gershwin compôs para a Broadway e para o teatro de concerto clássico e a sua música reúne elementos destes distintos universos. Conheceu igualmente o sucesso na autoria de canções populares. Entre as suas composições, muitas foram para o cinema e algumas se tornaram clássicos do jazz, em particular as gravadas por Ella Fitzgerald, com Louis Armstrong.

Uma das ambições de Gershwin era a criação de uma ópera, e a realizou com "Porgy and Bess", em 1935, baseada num livro de DuBose Hayward, com letras do próprio autor e de Ira Gershwin.

1998 | ELLA FITZGERALD & LOUIS ARMSTRONG
Our Love Is Here To Stay: Ella & Louis Sing Gershwin

01 | I Got Plenty O' Nuttin'
02 | He Loves And She Loves
03 | A Woman Is A Sometime Thing
04 | They Can't Take That Away From Me
05 | Let's Call The Whole Thing Off
06 | Strike Up The Band
07 | Things Are Looking Up
08 | They All Laughed
09 | A Foggy Day
10 | How Long Has This Been Going On?
11 | Summertime
12 | Love Is Here To Stay
13 | There's A Boat Dat's Leavin' Soon For New York
14 | 'S Wonderful
15 | I Was Doing All Right
16 | Oh, Lady Be Good

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

Crack: um problema de todos !

Texto: Jorge Carlet
Como Morcegos À Luz do Dia

Não é mais segredo para ninguém que o crack emergiu do submundo e está espalhando seus devastadores efeitos sobre todos. Sobre todos ? Sim amigo, quando falamos de crack não estamos tratando apenas sobre os usuários, o que já seria mais do que suficiente para levantarmos nossas bundas da poltrona e fazermos algo a respeito. Quem não conhece alguém que embarcou nessa canoa prá lá de furada e as conseqüências diretas e indiretas disso tudo ? Estou falando de algum amigo, vizinho, conhecido ou mesmo daquele estranho que vemos em estado lamentável sucumbindo às terríveis crises de abstinência. E nessas ocasiões a desesperada busca por mais e mais doses que aplaquem as dores torna a busca pela próxima pedra como objetivo último de uma vida que se esvai quase que irremediavelmente. E de alguém neste estado de sofrimento não podemos exigir o cumprimento de todas aquelas regras que tornam tolerável nossa convivência em sociedade. A conseqüência lógica e imediata é o aumento da criminalidade pois a busca pela grana necessária, na medida em que o vício se aprofunda, vai se sobrepondo aos valores civilizatórios. E neste estágio de dependência o livre arbítrio passa a ser nada além do que uma longínqua abstração.

Pois outro dia conversava a esse respeito com amigos, enquanto bebericava minha horrorosa cerveja sem álcool - já há alguns anos o único contato que tenho com o álcool é quando lavo as mãos com álcool gel 70%. Contei-lhes sobre a grande iniciativa da minha amiga e escritora Jana Lauxen http://www.janalauxen.blogspot.com/ de criar uma rede de blogues a partir deste http://www.todoscontraocrack.blogspot.com/ por ela criado. Objetivo: conscientizar e buscar alternativas para diminuir ou, por quê não, acabar com o flagelo do crack. O argumento da Jana que conquistou minha adesão incondicional foi o de que o crack é um problema de todos, não só por uma questão de humanidade, o que já seria mais do que suficiente, mas também pelas conseqüências que cedo ou tarde baterão à nossa porta. Todos concordaram e elogiaram a iniciativa. Trocamos impressões sobre as notícias que saíram na imprensa a respeito da iniciativa de traficantes de Santa Cruz do Sul/RS, segundo a qual teriam feito um acordo com Associações Comunitárias comprometendo-se a não venderem mais crack a partir de meados de dezembro (na verdade assim que acabassem seus estoques, pois não são tão bonzinhos assim) e, se for preciso, reprimirem quem não cumpra o trato. A partir daí voltariam a vender só o que tradicionalmente vendiam: maconha e cocaína.

Vejam só, até para os traficantes o crack passou a ser problemático; imagine-se para nós cidadãos comuns... Por instantes ficamos pensativos, até que o silêncio foi rompido por um de nossos amigos (que fuma seus baseadinhos) e que saiu-se com uma afirmação que nos surpreendeu : "tá muito mais fácil conseguir crack do que um baseado !" Como assim ?, perguntamos espantados. "É isso aí que vocês ouviram. Conseguir uma droga pesada como o crack é facílimo; mas conseguir uma leve como um baseado tá difícil." E completou: "conheço vários parceiros que passaram a usar crack pois não conseguem mais maconha".

A revelação caiu como uma bomba. Como é que pode uma coisa dessas ? Estaríamos, por uma suposta política míope no que se refere ao trato da drogadição, fazendo gol contra ? As autoridades estão apreendendo maconha demais e, inadvertidamente, abrindo as portas para o crack ? Será que é mais difícil efetuar apreensões de crack ? Será que os traficantes daqui são mais burros do que os de Santa Cruz do Sul ? Será que...? Será que...? Será que... ?".
Diante do non sense da situação ficamos boquiabertos e sem respostas plausíveis. Mas aquela afirmação ficou desfilando pelos meus neurônios...

Bueno, mas o fato é que é absolutamente inequívoco que uma grande parcela de qualquer sociedade do planeta necessita ou gosta de "sair do ar" vez ou outra. E isso vale para qualquer forma utilizada: seja por meio do uso de substâncias psicoativas lícitas ou ilícitas. Trata-se de um fenômeno sociológico largamente comprovado e sobre o qual mais cedo ou mais tarde teremos que erguer o tapete e discutir o tema com maturidade e sem preconceitos, pois não caberá mais embaixo dele. E aí meus queridos, a questão terá que ser enfrentada pois os métodos repressivos adotados até agora tem se revelado um fracasso absoluto onde quer que tenham sido adotados. E talvez esteja chegando a hora de enfrentarmos o problema e, quem sabe, transferirmos a questão da da esfera da Segurança para a da Saúde Pública.

Vejam bem: cada vez que agimos por medo tendemos a acreditar que qualquer problema só pode ser resolvido através da repressão. E nessas ocasiões sempre achamos que a punição é o melhor remédio. Então pedimos leis mais "duras" para isto ou para aquilo; e vamos abarrotando os presídios de gente que talvez não precisassem estar lá, na escola do crime. Pois eu acho que punição nem sempre é a solução. E no caso da drogadição, há muito venho amadurecendo o ponto de vista de que estamos caminhando na contramão. Mas esta é uma opinião provisória que, dependendo de argumentos racionais pode ser modificada. Por ora, os fatos e dados estatísticos só a reforçam.

Mal comparando, quando as DST´s, em especial o HIV, passaram a assombrar a humanidade, deixamos de fazer sexo ? Claro que não, felizmente. Simplesmente foram adotadas medidas alternativas e preventivas e a festa continuou. Agora tem uma coisa, com o crack não há festa, e isto tem que ficar claro. Mas, como falei no parágrafo anterior, em todos os lugares há uma "festa" nos subterrâneos das cidades, que talvez fossem menos perigosas para todos se fossem regradas com maturidade e reponsabilidade - vários são os exemplos positivos mundo afora. Entretanto, preferimos enfiar nossas cabeças num buraco como fazem as avestruzes, pensando estar resolvendo o problema com a criminalização. Assim, cortamos a luz pensando acabar com a festa. Mas ela continua, mesmo no escuro. E agora, pela incrível contradição descrita por nosso amigo, parece que trancamos a porta por fora e estamos deixando apenas um vírus letal como alternativa. Muito inteligente...

De qualquer forma, independentemente do que você pensa, considere que nossos pontos de vista individuais só tendem a enriquecer quando em contato com outros. Então fica o convite: se você tem um blog, passa lá em http://www.todoscontraocrack.blogspot.com/ , pegue o selo da campanha e poste no seu blog, orkut ou seja lá o que for. E divulgue, discuta; converse com seus amigos, colegas e conhecidos.

Lembre-se do que dizia o grande Chico Sciense: "Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar!"

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

The Byrds

2000 | THE BYRDS LIVE AT FILLMORE
February 1969


Nashville West
You're Still on My Mind
Pretty Boy Floyd
Drug Store Truck Drivin' Man
Medley: Turn! Turn! Turn! (To Everything There Is a Season)/Mr. Tambourine Man
Close up the Honkey Tonks
Buckaroo
The Christian Life
Time Between
King Apathy III
Bad Night at the Whiskey
This Wheel's on Fire
Sing Me Back Home
So You Want to Be a Rock 'n' Roll Star
He Was a Friend of Mine
Chimes of Freedom

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Julian Cope

Julian Cope é conhecido sobretudo pela sua carreira de músico à frente da banda de pós-punk The Teardrop Explodes. Mas é também conhecido pelo seu trabalho como historiador de música, e pelo seu livro “Krautrocksampler”, sobre o Krautrock alemão dos anos 70 (há apenas dois anos, Julian Cope lançou um novo livro, desta vez debruçando-se na história do rock japonês).

O Krautrock é um movimento musical de origem alemã que surgiu em finais da década de 1960 e se estendeu ao longo dos anos 70 e aplicou-se a uma série de bandas com preocupações estéticas ousadas: uma fusão de psicadelismo, rock progressivo com improvisação e vanguarda erudita experimental (minimalismo, electroacústica, concreta).

Ainda hoje se faz sentir a influência da música Krautrock nas bandas da actualidade. Muitas obras-primas foram criadas no âmbito deste movimento, e algumas das bandas mundiais de maior culto do rock experimental identificam-se com o rock alemão: Faust, Can, Neu!, Cluster, Tangerine Dream, La Düsseldorf, Popol Vuh, Amon Düül e, em certa medida, os Krafwerk.

Julian Cope, como especialista e apaixonado pelo Krautrock, não podia deixar de ter uma lista pessoal em termos de preferências de discos. A lista que se encontra aqui, revela os 50 discos preferidos do músico e escritor. Percebe-se que a grande referência de Cope no universo do rock alemão, são os Amon Düül (ocupam os primeiros cinco lugares da lista).

De todos os modos, é uma excelente lista para quem quer aventurar-se a conhecer um dos mais inovadores e surpreendentes movimentos musicais da segunda metade do século XX.

Texto retirado de: O homem que sabia demasiado

Mais sobre Kraurtrock no documentário:
Krautrock - O Renascimento da Alemanha:
:: AQUI ::

KRAUTROCKSAMPLER

One Head's Guide To The Great Kosmische Musik
1968 Onwards
Julian Cope
Head Heritage - 1995
(em inglês)

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Varsóvia


Era o primeiro ano na faculdade (em Santo André) e acho que todo jovem está sempre inventando alguma coisa para fazer ou se divertir. Conhecer pessoas diferentes, com idéias diferentes e com conversas diferentes eram coisas comuns, cada um ofereceria algo que você procurava naquele momento. O Ivan era um cara que estava conversando com alguém falando sobre música, tocar, violão e outras coisas que me chamaram a atenção. Numa hora que apareceu uma brecha eu emendei que gostaria de fazer vocal. Ele me apresentaria o Hamilton, outro cara da faculdade que já havia tocado (guitarra) com outras pessoas de São Bernardo do Campo. Depois conheci o Betão (baterista do Ulster) e o Nelson (baixista), ambos através do Hamilton, eles já eram velhos conhecidos, gostavam de vários tipos de música(blues, progressivo, punk, new wave). Algum tempo depois vieram o Célio (guitarra) e o Roberto Stelzer (teclado?), mas eu não lembro como foi, eles apareceram na casa do Betão e também eram da faculdade. Isso já é outubro de 1984 e começamos a "tirar"algumas músicas para ver no que dava.

Viramos 1985 com algumas canções e em setembro entramos pela primeira vez num estúdio para gravarmos umas cinco músicas (uma delas, Ian, que está no cdr) e lógicamente o resultado foi apenas razoável, tanto que decidimos retornar ao estúdio em outubro para gravar o que seria a demotape com duas músicas principais (Noites e No Front, que estão no cd oficial 85/89) e mais quatro ou cinco que foram apenas pré-mixadas e guardadas . A formação que entrou no estúdio nas duas vezes era: eu (Fábio), Célio, Betão e o Nelson. Gostamos do resultado e agora teríamos que colocar a demo para "rolar". Existiam pelo menos duas rádios que aceitavam demotapes por aqui, a recém criada 89FM (antiga Pool) de São Paulo e FM97 (ainda em Santo André). Muito bem. Foi levada a fita rolo para as duas rádios, que aceitaram ouvir, e aguardamos para ver no que dava. Isso foi no final do ano de 1985, eu saí em férias e só voltaria no ano seguinte, no final de janeiro. Quando retornamos a nos encontrar em fevereiro, Noites já tocava com uma freqüência incrível na 89FM e foi assim durante mais de um ano. Quantas vezes eu estava dirigindo e a música começava a tocar. Recordações muito legais... O bom ano de 1986.

Nossa próxima etapa seria a de "pôr o pé na estrada", as apresentações ao vivo, busca da auto-promoção do grupo, a interação com o público (uma novidade para a maioria de nós) e tentar ir adiante. Na verdade, o primeiro show realmente aconteceu em 08 de dezembro de 1985, no Tênis Clube de Santo André, mas com o primeiro show vieram os primeiros problemas. O Nelson decide sair do grupo e..., bom..., só nos restava arrumar um outro baixista, afinal todos nós queríamos fazer esse show e caso não acontecesse o caminho do grupo estaria comprometido. Nessa hora entra o Luizão (guitarrista do Ulster) que topou fazer o baixo e começamos os ensaios, tínhamos um mês. Se não me engano o show aconteceu numa quinta-feira e o resultado foi satisfatório, nervosismo à flor da pele, e um público que ainda não nos conhecia, diferente de quando voltamos alguns meses depois e encontramos a casa praticamente com a lotação total, umas 900 pessoas.

Voltamos a 86, o Hamilton tomou o baixo como instrumento e seguimos o que parecia ser uma rotina de contatos e apresentações. Vale dizer que conseguimos tocar em várias casas de São Paulo (sinto que para as bandas de tempos depois isso se tornou impraticável, elas simplesmente sumiram), como Rose Bom-Bom, Madame Satã (essa existe), Ácido Plástico, Anny 44 (tocamos?), Zóster, Shock Bar (Radioatividade), inauguração de uma casa no Bexiga o Kaleidos Bar, Cais, algumas outras e ainda o Centro Cultural de São Paulo, o SESC Fábrica da Pompéia, todas fizeram parte de um roteiro quase que obrigatório para os grupos novos. Deve ter sido por volta de abril quando o pessoal da Ataque Frontal (uma gravadora independente de São Paulo) entrou em contato com o Betão, através da 89FM. Foi acertado então a realização de um LP que seria gravado em 16 canais no estúdio Vice-Versa em junho. Foram gravadas 10 faixas (todas estão no cdr) e tínhamos que preparar da capa e o encarte com as letras. A capa foi produzida por João Batista e ficou muito boa (a capa do cd 85/89 é a versão original do trabalho para a capa do LP).

Master pronta, capa e encarte prontos, tudo foi enviado para a fabricação e em pouco mais de um mês teríamos o produto pronto, porém..., enfrentaríamos uma crise no setor de papel que postergaria o lançamento do disco em pelo menos 6 meses (só em fevereiro de 87 o disco estaria nas mãos da gravadora). Algum tempo depois o Hamilton deixa o grupo, eu me afasto por um período de três meses (?), quando volto, no baixo já está o Alexandre Tadini, acho que conseguimosa melhor formação nessa época.

Alguns programas de TV, alguns shows e a expectativa de "dar certo" ou "acontecer" nos alimentava, a preocupação de promover o LP para ser a base de um novo trabalho. Apresentações na Tv Gazeta, programa Realce (do "Capivara") e TV Cultura (Boca Livre) 3 vezes (todas com Tadini no baixo). Na última apresentação do Boca Livre a música "Sonho" foi apresentada. Final de 1987 rescisão de contrato com a gravadora Ataque.

Entrada em estúdio para a gravação das músicas "Sonho" e "Claridade e Luz". O grupo estava consolidando a forma de composição e como a canção deveria ser gravada, os arranjos que saiam da cabeça do Célio amadureciam de acordo com aquilo que queríamos dar forma. "Sonho", por exemplo, o Célio criou a música e eu me concentrei na letra, foi tudo muito simples e espontâneo, "Claridade e Luz" ele praticamente trouxe a peça pronta. Mais três músicas foram preparadas em estúdio: "A Onda", "Uma Nova Fase" e "Dias de Dúvida". O resultado foi interessante e enviamos a fita (com as cinco músicas) para uma gravadora "grande". Outras quatro músicas foram produzidas mas não finalizadas. 9 de setembro de 1989: Célio deixa o grupo, o Varsóvia desfaz-se...

Texto: Fábio Gasparini

1997 | VARSÓVIA 1985-1989

01 | Viagens '97
02 | Dias de dúvida
03 | Sonho
04 | Claridade e luz
05 | A onda
06 | Uma nova fase
07 | Noites
08 | No front
09 | Após as luzes
10 | Razões
11 | Continuar
12 | Para todo o sempre
13 | Viagens
14 | Ian
15 | Warsaw
16 | Para todo o sempre (ao vivo)
17 | Nosso fim (ao vivo)
18 | Ian (ao vivo)
19 | Continuar (ao vivo)
20 | Iguais (ao vivo)

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sábado, 14 de agosto de 2010

Cocteau Twins | Heaven or Las Vegas


Um piquenique em dia de sol celebrou o primeiro ano da década de 1990

Por:
Fernando Baldan

Ano: 1990. A década começa chacoalhada pela dance music e por uma penca de bandas fazendo mistura de estilos. Soup Dragons, Happy Mondays, EMF, Jesus Jones, Living Color... Clipes desses e outros grupos pipocam na TV. Inserido nessa leva, vem da Escócia, via o seminal selo 4AD, o novo disco do Cocteau Twins, Heaven or Las Vegas. Velho para quem viveu o rock independente dos anos 80, novo e estranho para a maioria. O clipe, "Iceblink Luck".

Luzes borram a tela. Um som igualmente psicodélico, meio rock, levemente dançante, cheio de "efeitos", colore os ouvidos. Surge uma moça de terninho, corpo em preto-e-branco contrastando com o fundo, cantando com uma voz absurda. Uma Enya depois de tomar um bom ácido. A música causa sensações confusas: torpor delirante, melancolia efervescente, alegria cool. Ao fim do clipe e antes que comece outro vídeo do New Kids on the Block, você se sente feliz por estar no início dos anos 90 vivenciando aquilo, mesmo estando sozinho sentado no sofá da sala tomando Coca-Cola.

Isso pode não dizer muito a uma geração atual, acostumada à imersão eletrônica das raves. Mas "Iceblink Luck" e o disco de onde ela veio constroem um panorama onírico que leva qualquer um onde a imaginação quiser ainda hoje. A faixa-título e outras canções como "Pitch the Baby", "Cherry-Coloured Funk" e "Fotzepolitic" estão entre outras delícias viajantes do disco.

O vocal epifânico (às vezes ininteligível) de Liz, somado à guitarra esquizóide de Robin, que serpenteia junto ao baixo, ao teclado e à bateria eletrônica, fizeram do Cocteau Twins uma das bandas mais originais e enigmáticas do pop, em pleno processo de redescoberta.

Heaven or Las Vegas nem é considerado o melhor álbum do Cocteau Twins. Os críticos não cansam de citar Treasure (de 1984) - até uma amiga que não conhecia o Cocteau Twins, a quem indiquei ouvir Heaven or Las Vegas, preferiu Treasure depois de ouvir os dois álbuns. Mas, como diz a banda em sua biografia no site oficial, "pergunte a qualquer fã do Cocteau Twins qual o seu álbum favorito e Heaven or Las Vegas estará quase sempre entre as mais prováveis respostas".

O disco marcou uma abertura na carreira da banda, tirando-a da cena alternativa. Conquistou uma legião de admiradores, fazendo-os ter orgasmos musicais diante da TV ou ouvindo rádio. Encaixou-se perfeitamente no festivo espírito de abertura da nova década, que logo em seguida ganharia meio que outra configuração ao ver o grunge nascer. Ouvir Heaven or Las Vegas é como participar de um piquenique num parque envolto em névoa com o sol brilhando de um lado e uma tempestade com nuvens negras espreitando de outro.

1990 - HEAVEN OR LAS VEGAS

01. Cherry-Coloured Funk
02. Pitch the Baby
03. Iceblink Luck
04. Fifty-Fifty Clown
05. Heaven or Las Vegas
06. I Wear Your Ring
07. Fotzepolitic
08. Wolf in the Breast
09. Road, River and Rail
10. Frou-Frou Foxes in Midsummer Fire

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Quaterna Réquiem


Texto: Site Oficial

O grupo foi criado a partir do interesse dos irmãos Elisa Wiermann (teclados, arranjos e composições) e Cláudio Dantas (bateria) pela música de câmara e pelo rock progressivo. O nome Quaterna Réquiem, no sentido de "repouso dos quatro", foi idéia de Cláudio para uma antiga formação do grupo. Cláudio e Elisa reuniram pessoas que se dispusessem a uma determinada disciplina que permitisse levar adiante um trabalho sério dentro de um estilo bastante elaborado. E sobretudo que jamais abdicassem da personalidade do trabalho em prol de uma maior facilidade no preparo do "produto". Após várias formações, iniciou no final de 89 uma série de apresentações no Rio de Janeiro e, em julho de 1990, gravou seu primeiro LP "Velha Gravura".

Em 1992, o Quaterna Réquiem recebeu um novo impulso em sua carreira, com o lançamento do álbum "Velha Gravura" em CD, contendo músicas adicionais. Esta foi a primeira formação séria do grupo. Além dos irmãos Cláudio e Elisa, contava com os músicos Kleber Vogel (Kaizen), violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira, Marco Lauria, baixista (Marco já integrava o Quaterna desde a sua concepção inicial dentro do estilo que o caracteriza) e Jones Júnior (guitarrista e violonista). Jones já havia tocado com Cláudio, em uma primeira versão do grupo.

O CD "Velha Gravura" contém as faixas Ramoniana (de Jones Júnior), Aquartha, Velha Gravura, Tempestade, Madrugada, Toccata e Cárcere (de Elisa Wiermann), e Elegia (de Kleber Vogel); estas duas últimas não constam do vinil, apenas do CD. No início de 1992, o grupo iniciou uma série de apresentações no Rio de Janeiro, e em outras cidades do país.

Com a saída de Kleber Vogel, Marco Lauria e Jones Júnior, entraram para o grupo o guitarrista e violonista José Roberto Crivano, e o baixista e alaudista Fábio Fernandez.

Com esta nova formação, o Quaterna gravou em 1994, o seu segundo álbum "Quasímodo", que consta de várias composições de Elisa, incluindo uma suite inspirada no romance "Nossa Senhora de Paris" de Victor Hugo, faixa título do disco. Estes dois discos foram distribuídos em lojas especializadas no Brasil, Argentina, França, Itália, Estados Unidos, Holanda, Japão, Espanha, Coréia do Sul, Chile, antiga União Soviética, Polônia, etc.

Em 1999 é lançado o primeiro disco ao vivo, "Livre",resultado do show realizado no Teatro Scala no Rio de Janeiro. Neste show, o Quaterna estava formado por: Elisa Wiermann(sintetizadores), Cláudio Dantas (bateria), Roberto Crivano (guitarra), Fred Fontes (baixo) e contou com a participação de Kleber Vogel (violino) que logo depois volta a fazer parte do grupo.


1990 | VELHA GRAVURA

Ramoniana
Aquartha
Velha Gravura
Tempestade
Madrugada
Toccata
Cárceres
Elegia

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eric Clapton


Do Livro: 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer

Pode ser injusto, mas 461 Ocean Boulevard, de Eric Clpaton, vai sempre à sombra do sucesso de Layla And Other Assorted Songos (1970), o disco que marcou a carreira pós-Cream do guitarrista como um blueseiro açucarado e um ocasional autor de hinos do pop rock. Lançado depois da infindável turnê de Layla... e da gravação do álbum ao vivo, 461 Ocean Boulevard acabou sendo considerado uma continuação agradável, mas modesta, de uma música já conhecida. Ainda Assim, este disco é uma chama latente que continua queimando até hoje.

As fotos da capa (de David Gahr) e o título sugerem que Eric e a banda - na qual se destacam o baixista Carl Radle e o baterista Jamie Oldaker - alternavam as relaxadas sessões de gravação no Criteria Studios, em Miami, com mergulhos na piscina de uma mansão vizinha. Talves 461 Ocean Boulevard não tenha sido feito com um pé nas costas (há sinais de uma esmerada mixagem e overdubs cuidadosos), mas os músicos parecem integrados como velhos companheiros e as melodias e o som, em geral, têm uma espontaneidade natural que ainda torna o álbum muito atraente. Eric Usa suas raízes no blues e no rock, mergulha com sucesso no reggae "I Shot The Sheriff", de Bob Marley (primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos), e atinge a profundidade gospel com a sublime "Give Me Strentgh". A melódica e ardente "Let It Grow" é outra faixa de destaque, com fantásticas mudanças de acordes que lembram "Straiway To Heaven", do Led Zeppelin.

1974 | 461 OCEAN BOULEVARD

01 | Motherless Children
02 | Give Me Strength
03 | Willie and the Hand Jive
04 | Get Ready
05 | I Shot the Sheriff
06 | I Can’t Hold Out
07 | Please Be With Me
08 | Let It Grow
09 | Steady Rollin’ Man
10 | Mainline Florida
11 | Give Me Strength

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sábado, 7 de agosto de 2010

Eternal Tapestry

2009 | THE INVISIBLE LANDSCAPE

Cathedral of Radiance
Cosmic Dream
Brain Drain
Night Realms
Temporal Starshine Voyage
Pyramid Vision

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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

The Sugarcubes

The Sugarcubes foi criado em 1986, como brincadeira, por veteranos da cena pós-punk da Islândia. A bricadeira rapidamente tornou-se algo que ninguém em sua terra natal - eles menos que todos - poderia ter imaginado. Seria a primeira banda islandesa a obter reconhecimento internacional e ainda serviria de base para o enorme sucesso de Björk como solista.

O grupo vinha tocando as faixas de Life's Too Good ao vivo ao longo de dois anos na Islândia sem efeito algum. Tudo isso mudou quando "Birthday" foi lançado como single ,em 1987, na Inglaterra. A imprensa britânica desmanchou-se em elogios e subitamente a banda se viu em meio a uma autêntica guerra de ofertas das grandes gravadoras. No entanto, o Sugarcubes recusou todos os contratos - eles tinham um forte desprezo pela indústria musical e as suas entrevistas sempre se caracterizam por um humor cáustico e negro.

O disco foi gravado aos pedaços durante um período de dois anos. Quando finalmente saiu (com capas de cinco cores diferentes), as críticas eram fantásticas, já que realmente era uma estréia impressionante - o novo e energético, soube conjugar melodias lúdicas com grande senso artístico. "Birthday" possui um encanto extraordinário graças à voz notável de Björk, enquanto a inesquecível "Deus" fascinava e hipnotizava ao mesmo tempo. "Coldsweat" e "Sick For Toys" mostravam um lado mais roqueiro e mais sombrio, sendo que esta última música permitia que o guitarrista Thor mostrasse seu estilo vigoroso e cintilante. E de que Einar está reclamando o tempo todo?

É um estranho e maravilhoso álbum, capaz de converter elementos diversos e até contraditórios em uma totalidade forte e convincente.

1988 | LIFE'S TOO GOOD

Traitor
Motorcrash
Birthday
Delicious
Demon
Mama
Coldsweat
Blue Eyed Pop
Deus
Sick For Toys Fucking In Rhythm & Sorrow
Take Some Petrol Darling

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sagrado Coração da Terra


POR QUE SAGRADO CORAÇÃO?
(texto de 1979, quando da criação da banda)

De um tema folclórico mineiro, de uma tradição religiosa muito antiga, vem o arquétipo do Sagrado Coração: um fulgurante coração em chamas envolvido em uma coroa de espinhos. O íntimo “real” do homem encarcerado pela fúria de nossos tempos. Um retrato do amor em nossa época: um coração que brilha ainda que ferido e aprisionado nas celas das megalópoles. Uma vida que nenhuma coroa de espinhos vai sufocar, um amor que opressão alguma impedirá que se alastre como uma fogueira e incendeie a fria noite de nossos tempos. Épico e Intenso!

Cantamos a alegria e o amor da tão sonhada Era de Aquário. Não enxergamos com muita clareza, naturalmente; ainda não é exatamente a manhã do sol de Aquário. Seria antes aquela hora crepuscular, entre a noite e o dia que os romanos chamavam Silencium, a hora dos mortos e dos nascimentos. É a hora do despertar.

O homem de nossos tempos desenvolveu sua parte técnica, intelectual e esqueceu-se de sua parte ética, espiritual. O que temos? O macaco-gênio o primata vestido de astronauta brincando com sofisticadas máquinas de destruição; arrasando o planeta, destruindo a própria espécie, poluindo a água, envenenando o alimento e o ar. Essa é a coroa de espinhos do coração. Não estamos preparados para as megalópoles, mas aqui estão elas. Brutalmente reais. O egoísmo é a mola desse salto no abismo, do qual participamos, apesar de gritarmos que somos inocentes. Como pois fazer música por padrões regionalistas, indiferente à tremenda pressão das transformações do Todo? E como sentir a verdadeira música se o espírito está insensibilizado pela dor e pelo ódio do cotidiano urbano?

Nosso comprometimento único é com a Arte, pura e simplesmente. E por Arte, queremos dizer Ciência, Espírito, Consciência, Compreensão. Nossa meta: a precisão em transmitir a consciência viva do universo codificada em mensagem sonora. A música age como a mais poderosa energia moderadora do sistema nervoso humano. Viver e transmitir a música torna-se mais que necessidade; é uma responsabilidade numa civilização que vive um processo vertical de auto aniquilamento. Para iniciar o processo ascencional torna-se necessário apurar os sentidos; temperar o aço da mente; forjar o espírito para que se possa receber e assimilar uma nova energia que se faz cada vez mais presente à medida que nosso mundo naufraga. Inteligência naturais, criadoras e infinitamente poderosas se manifestam nos sistemas nervosos mais avançados. A música abre um canal de saída para o oceano de harmonia e vida do universo.

Esse canal não pode ser atingido por nenhuma forma de pensamento ou raciocínio, mas a intuição conhece o caminho. A Arte alimenta a intuição; ocorrendo essa sensibilização, a energia mental gradativamente circula livre pelo novos circuitos do sistema nervoso, até então desconhecidos, e que por serem parte da consciência cósmica coletiva e genética, contém informações de inteligências superiores.

O Arquétipo do Sagrado Coração assim se manifestou e viemos a entender a coroa de espinhos como o próprio processo dual da natureza. Numa visão primitiva seria o Bem e o Mal, Deus e o Diabo, o Ódio e o Amor, a Ignorância e o Conhecimento. Porém ao mergulhar mais fundo, além do apêgo às formas racionais, vimos o Tudo e o Nada; a Eletricidade e o Magnetismo, o Positivo e o Negativo, o Yang e o Ying, a Noite e o Dia, o Homem e a Mulher, o Pai, a Mãe. E no centro, o fruto do Amor das duas forças entrelaçadas do universo: o filho, a força neutra, a criação. O Coração.

Completando 30 anos desde sua criação o Sagrado já passou por inúmeras formações. Vários de seus membros vieram a ter papel de destaque em outros grupos e segmentos de música bem diversos do progressivo.

Guitarristas:
Alexandre Lopes, Chico Amaral, Fernando Campos, Augusto Rennó, Alysson Lima

Baixistas:
Edson Plá, Mauriti, Giló, Caio Guimarães, Ivan Correia, Alysson Lima, Gauguin, Paulinho Carvalho

Bateristas:
Zé Arthur, Porquinho (Sérgio Viana), Zé Luís, Marco Antonio Botelho, Nenem, João Guimarães, Lincoln Cheib, Limão (André Queiroz), Mário Castelo, Eduardo Campos

Tecladistas:
Cristiana Ramos, Inês Brando, Ronaldo Pellicano, Lincoln Meirelles, Zé Marcos, Giácomo Lombardi

Vocalistas:
Marcus Viana, Vanessa Falabella, Carla Villar, Rosani Reis, Paula Santoro, Bauxita, Paula Vargas, Rosina Minari

Texto retirado de: Sonhos e Sons

1985 | SAGRADO CORAÇÃO DA TERRA

01 | Asas
02 | Lições da História
03 | Arte do Sol
04 | A Glória das Manhãs
05 | Feliz
06 | Deus Dançarino
07 | Memória das Selvas
08 | Corpo Veleiro
09 | Sagrado
10 | A Vida é Terna

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1991 | FLECHA

01 | Flecha
02 | Manhá dos 33
03 | Paz
04 | Seres Humanos
05 | Carínhos Quentes
06 | Tocatas
07 | Cosmos X Caos
08 | O Futuro da Terra

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1991 | FAROL DA LIBERDADE

01 | Dança das Fadas
02 | Solidariedade
03 | Amor Selvagem
04 | Pantanal
05 | Olivia
06 | Farol da Liberdade
07 | Raio e Trovão
08 | The Central Sun of the

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1994 | GRANDE ESPÍRITO

01 | Kian
02 | Libertas
03 | Human Beans
04 | Eldorado
05 | Grande Espírito
06 | Sweet Water
07 | Rapsódia Cigana
08 | País dos Sonhos VerdesUniverse

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2000 | A LESTE DO SOL, OESTE DA LUA

01 | A Leste do Sol, Oeste da Lua
02 | Ovniana
03 | Madame Butterfly
04 | Canção dos Viajantes
05 | Allegro (Instrumental)
06 | Clair de Lune
07 | Lágrimas da Mãe do Mundo
08 | Serras Azuis
09 | Amigos (Instrumental)
10 | Firecircle
11 | Maya (Instrumental)
12 | Planeta Minas (Instrumental)
13 | Bem-Aventurados
14 | Anima Mundi (Instrumental)
15 | Terra

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Caretice

Texto e pintura by Jorge Carlet
Não espere aplausos meus à caretice que dá contornos à tua segurança; sempre avisei para deixar teus medos na portaria e abraçar a morte que nos acompanha desde o berçário.

Sei, os manuais parecem garantir uma condução estável a tua trajetória de vida, entretanto o preço é a negação das possibilidades, e isso é demais, ao menos para mim.

Mas, é claro, não pretendo aviar receita alguma - sequer as tenho para mim -, mas rejeito, e que isto fique bem claro, as tuas; o preço é demasiado alto para o que espero, que é simplesmente evitar que óleos conservadores impregnem as asas que me carregam em meu vôo, por mais cego que seja. E talvez seja este meu horizonte: aproveitar as brisas para lançar-me com todo o vigor, mesmo que seja para enfrentá-las quando for de meu gosto (ou não), por minha conta e risco.

E é justamente isto que tua caretice bíblica impede ao negar quando o que mais espero é o sim.

Então fique com a aridez com que espera alcançar os prazeres na eternidade e deixe-me aqui buscando meus oásis imediatos, sem culpas, ao contrário do destino que resolveste construir para ti.

A escolha é tua; a minha, já fiz.

domingo, 1 de agosto de 2010

Bixo da Seda

:: ESTAÇÃO ELÉTRICA ::

Os anos 70 estavam começando. O sonho tinha acabado, os Beatles já não existiam mais. No outro lado do Atlântico, a "América" perdia seus três maiores ícones: Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison. Como no inicio da década passada, o rock se reciclava através das bandas inglesas. O estilo já tinha se consolidado como um movimento social, uma arma nas lutas da juventude.

Nesse contexto, mais precisamente no ano de 73, um guitarrista porto-alegrense chamado Zé Vicente Brizola (filho de quem você está pensando) tem a brilhante idéia de formar uma banda de rock, convidando seu amigo Mimi Lessa, considerado na época um dos melhores guitarristas do país. Mimi estava voltando do Rio onde fez sucesso com o Liverpool, banda em que também tocava seu irmão Marcos (baixo), e seu primo Edinho Espíndola (bateria). Os dois acabam por entrar no projeto, que tem sua formação "quase finalizada", com o ingresso de um experiente tecladista do cenário da capital: Cláudio Vera-Cruz.

Influenciados basicamente pelo rock progressivo de bandas como Yes, Pink Floyd, King Crimson, Jethro Tull e Focus, juntamente com o Rock`N Roll básico dos Rolling Stones, faltava ao quinteto um nome. E este surgiu da forma mais inusitada: enquanto enrolavam um baseado, pensam na utilidade daquele papelzinho quase transparente, a seda. Aqui surgia uma das maiores de rock do Rio Grande do Sul, o Bixo da Seda.

Sem contar com um "frontman", acabam por dividir os vocais entre os integrantes do grupo, fato que acabaria quando convidam mais um ex-Liverpool, o maluco beleza Fughetti Luz, para ingressar na banda. Fughetti era talvez, a melhor definição para o termo Hippie. Logo na sua infância teve uma paralisia infantil, que deixou seqüelas irreversíveis em suas pernas, fato que dava um ingrediente a mais as suas performances. No começo da década, com o fim do Liverpool, foge da repressão militar exilando-se no Velho Mundo, sem ao menos falar uma língua que não fosse o bom e velho português. Fica lá por pouco tempo, sendo "convidado a se retirar" pelas autoridades européias.

De formação nova o Bixo parte para o Rio, deixando no caminho Zé Vicente Brizola e Cláudio Vera-Cruz, sendo este último, substituído pelo ex-Bolha Renato Ladeira. No centro do país fazem diversos shows pelos festivais da época, dividem o palco com as grandes bandas dos anos 70, ganham o reconhecimento da mídia especializada e são contratados para gravar seu primeiro e único registro.

O LP Estação Elétrica, de 76, acaba por não mostrar o que era realmente o Bixo ao vivo. Toda energia que marcava o grupo no palco, não foi transmitida para o CD. Mesmo assim, contém grandes obras como Um Abraço em Brian Jones, em homenagem ao ex-Stones, as lindas baladas Vênus e Já Brilhou, e seu hino Bixo da Seda, com os famosos versos: Bixo, dá a seda, me deixa enrolar. A grande qualidade técnica dos músicos, as harmonias um tanto rebuscadas para uma banda de rock, e seus compassos totalmente fora dos padrões, características marcantes da banda, podem ser ouvidas em todas as músicas. Relançado no final do ano passado em CD, trata-se de um disco clássico do rock nacional.

A banda ainda durou mais três anos, até que Mimi, Marcos e Edinho entram para a banda de apoio das Frenéticas. Era o Fim do Bixo, o grande pilar Rock Gaúcho, referenciada por todas as gerações posteriores.

Hoje, os irmãos Mimi e Marcos vivem no centro país, participando de inúmeros projetos musicais. Edinho é um dos bateristas mais requisitados do Brasil, tocando atualmente na Fu Wang Foo. Fughetti "apadrinhou" na década de 80 diversas bandas, entre elas a Bandaliera, para qual compunha várias músicas, e o Taranatiriça. Lançou ainda dois discos solos e mora no interior do Estado.

Por: Iuri Daniel Barbosa

1976 | ESTAÇÃO ELÉTRICA

01 | Vênus
02 | Já Brilhou
03 | É Como Teria Que Ser
03 | Carroucel
04 | Bixo da Seda
05 | 7 de Ouro
06 | Gigante
07 | Um Abraço em Brian Jones
08 | Trem

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